No último domingo, uma multidão de apoiadores da líder conservadora francesa, Marine Le Pen, reuniram-se na praça Vauban, em Paris, para protestar contra sua recente condenação por desvio de fundos do Parlamento Europeu. A sentença impõe a Le Pen uma inegibilidade de cinco anos, e uma pena de dois anos de prisão domiciliar.
A condenação de Le Pen decorre de alegações de que entre 2004 a 2016, a eurodeputada contratou assistentes parlamentares que embora registrados como funcionários do Parlamento Europeu, na verdade desempenhavam funções para seu partido, o Rassemblement National (RN). Além dela, outros 23 membros da legenda também foram condenados. Le Pen classificou a decisão judicial como uma estratégia política para barrar sua candidatura à presidência em 2027 e afirmou que recorrerá da sentença.
Durante o comício, Le Pen comparou sua situação à de Martin Luther King, enfatizando a necessidade de uma resistência pacífica e democrática para reverter a decisão judicial. Ela afirmou que não irá abaixar a cabeça e que continuará lutando por seus ideais políticos.
“Nossa luta será uma luta pacífica, uma luta democrática. Seguiremos Martin Luther King, que defendeu os direitos civis como exemplo.”
Enquanto Le Pen mobilizava seus apoiadores, grupos de esquerda e centristas organizaram contraprotestos em nome da defesa da integridade do judiciário e das instituições francesas que condenaram Marine Le Pen. Lideranças como o ex-primeiro-ministro Gabriel Attal manifestaram preocupação com as críticas ao sistema judicial, ressaltando a importância da responsabilização legal na política — um princípio que, curiosamente, parece ganhar mais ênfase quando aplicado a adversários políticos.