No último domingo (30/3), a Avenida Paulista foi palco de uma manifestação organizada por parlamentares e militantes da esquerda contra o projeto de lei que propõe anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023. Apesar da presença de figuras políticas de destaque dentro desse aspectro politico, como Guilherme Boulos (PSOL) e Lindbergh Farias (PT-RJ), a adesão popular ficou muito abaixo do esperado, gerando desde piadas pelo lado da oposição, a críticas de simpatizantes da pauta nas redes sociais.
Segundo estimativas do portal Poder360, cerca de 5.500 pessoas participaram do ato. Já o Monitor do Debate Político, formado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), calculou um público de aproximadamente 6.600 manifestantes. Números bem inferiores aos registrados em eventos políticos recentes na região.
Durante seu discurso, Boulos tentou compensar a falta de público com sua tradicional retórica explosiva. Ele afirmou que a base governista irá barrar a proposta na Câmara dos Deputados e aproveitou para provocar o ex-presidente Jair Bolsonaro, que se tornou réu por tentativa de golpe de Estado. “O mundo gira e nós ainda vamos ter oportunidade de pegar a Comissão de Direitos Humanos da Câmara e levar a marmita da Cozinha Solidária para ele lá na Papuda”, declarou Boulos, sem perder a chance de transformar um protesto contra anistia em um show particular de auto-promoção.

Lindbergh Farias também discursou, classificando a semana como decisiva para o futuro do projeto de lei e reforçando que o governo está mobilizado para “enterrar” o chamado “PL da Anistia”.”Estou ligando para os líderes. Esta vai ser a semana em que nós vamos enterrar esse PL da Anistia. Não vão conseguir, eu digo aqui para vocês. Só de votar estão cometendo um crime”, afirmou o parlamentar petista.
Os manifestantes presentes empunhavam cartazes com frases como “Sem anistia” e mensagens defendendo a prisão de Jair Bolsonaro. Entretanto, a mobilização teve pouca repercussão fora dos círculos militantes e passou longe de demonstrar força popular.

O evento foi uma resposta tardia à manifestação organizada por Bolsonaro e pelo pastor Silas Malafaia no Rio de Janeiro (16/3). Que coincidentemente também não atingiu grandes proporções, evidenciando um cenário de desmobilização tanto na direita quanto na esquerda.Além de São Paulo, outras sete capitais do país registraram atos semelhantes, todos com baixa adesão e repletos de discursos vazios e populismo de esquerda barato.