A extradição da deputada Carla Zambelli (PL-SP) da Itália para o Brasil pode levar de um ano e meio a dois anos, segundo Vladimir Aras, professor da UnB e ex-secretário de Cooperação Internacional da PGR. Aras, falando como estudioso, destaca que decisões políticas e recursos podem prolongar o processo ou até liberar Zambelli em breve.
Zambelli, com dupla cidadania, foi presa na Itália em 29 de julho de 2025, após fugir em junho, condenada a 10 anos pelo STF por solicitar a um hacker a invasão do CNJ para emitir um falso mandado contra o ministro Alexandre de Moraes.
Etapas e Desafios do Processo de Extradição
O Ministério da Justiça italiano decidirá sobre a prisão de Zambelli. Se confirmada, a Corte de Apelação de Roma julgará o caso. O Brasil terá 45 dias para formalizar o pedido de extradição. A defesa, que alega perseguição política, e o Ministério Público italiano se manifestarão. Recursos à Corte de Cassação, Tribunal Administrativo de Lazio e Conselho de Estado são possíveis.
Precedente e Questões Jurídicas
O caso de Henrique Pizzolato, extraditado em 2015 após condenação no Mensalão, é referência. A Justiça italiana verificará se os crimes de Zambelli – invasão de sistemas e falsidade ideológica – são puníveis na Itália. A Constituição italiana permite a extradição de cidadãos, ao contrário da brasileira.
Contexto Político
Wálter Maierovitch aponta que a cidadania brasileira de Zambelli prevalece, por sua vida estar centrada no Brasil. O governo de Giorgia Meloni, pressionado por um caso recente de deportação, deve evitar conflitos. Parlamentares italianos pedem a cassação da cidadania de Zambelli, acusando-a de usá-la para evitar punição.
Créditos da foto
Fonte: Câmara dos Deputados do Brasil
Fotógrafo: Cleia Viana / Câmara dos Deputados
Data da fotografia original: 27 de março de 2019