A Polícia Civil de Santa Catarina prendeu na manhã desta terça-feira, 12, um empresário já conhecido pelas autoridades por envolvimento em fraudes em licitações. Ele havia sido detido anteriormente durante a operação Limpeza Geral, que investigou irregularidades no Samae de Blumenau. Agora, volta a ser alvo de nova ação policial no âmbito da operação Elysium, que apura esquema criminoso voltado à obtenção ilegal de contratos públicos nos municípios de Blumenau e Indaial.
Segundo informações repassadas pela 4ª Delegacia Especializada no Combate à Corrupção (DECOR), o empresário é suspeito de liderar um grupo que forjava atestados de capacidade técnica para vencer licitações voltadas à prestação de serviços de jardinagem. De acordo com o delegado André Beckman, a empresa investigada teria utilizado documentos falsos para simular experiência e, em alguns casos, chegou a utilizar familiares para assinar os atestados, criando uma aparência de legalidade.
Durante a operação deflagrada nesta terça-feira, dia 09/04/2025, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária. Além do empresário, foram detidos um engenheiro florestal e um terceiro envolvido, cujas identidades não foram reveladas. Conforme o delegado, até o momento não há indícios de participação de servidores públicos no esquema.
O levantamento realizado pela Polícia Civil aponta que a empresa investigada já recebeu R$ 2.215.248 da Prefeitura de Blumenau e R$ 1.750.039 da Prefeitura de Indaial. A maior parte desses recursos teria sido obtida por meio de processos licitatórios com indícios de fraude, conforme registrado nos portais da transparência.
A investigação indica ainda que o empresário preso nesta terça não apenas reproduziu práticas fraudulentas já utilizadas anteriormente, como também buscou expandi-las. “Ele reproduziu e buscou ampliar o leque de situações ilícitas e por esse motivo foi preso mais uma vez”, afirmou o delegado André Beckman durante coletiva de imprensa.
Segundo os investigadores, a operação Elysium analisou seis processos licitatórios. Em pelo menos cinco deles foram identificadas irregularidades, como o uso de empresas fantasmas que apresentavam propostas com valores superfaturados para simular concorrência e facilitar a contratação da empresa do investigado.
O delegado Daniel Régis, da DEIC, também comentou o histórico do suspeito. Segundo ele, o empresário já havia sido preso na operação Limpeza Geral, quando dois veículos adquiridos com recursos oriundos de corrupção foram apreendidos. Após recuperar os bens por decisão judicial, os mesmos carros voltaram a ser apreendidos na nova operação. “Esse sujeito reitera na corrupção com a convicção de que não será punido”, afirmou o delegado, destacando a reincidência e o desprezo do suspeito pelas consequências legais.
O delegado Gustavo Muniz informou que mais de 20 policiais civis participaram da ação que resultou nas prisões desta terça-feira. O trabalho de investigação teve início logo após a operação Limpeza Geral e se intensificou quando a equipe identificou movimentações financeiras suspeitas. Em um único mês, o empresário teria movimentado R$ 500 mil, o que acendeu o alerta dos investigadores.
As investigações seguem em curso para aprofundar a análise de documentos apreendidos e identificar possíveis ramificações do esquema em outras regiões do estado.