A sociedade brasileira é uma pirâmide social grotescamente desigual, onde elites públicas e privadas acumulam riquezas e privilégios escandalosos, a classe baixa se banha em programas sociais mal fiscalizados, e a classe média é esmagada por impostos extorsivos. Em 2025, o 1% mais rico detém 28% da renda nacional (IBGE, 2023).
A Elite: Privilégios Públicos e Monopólios Privados
No topo, a elite pública e privada vive à parte. Magistrados recebem salários médios acima de R$50.000 mensais, inflados por “penduricalhos” como auxílios-moradia, alimentação e transporte, segundo a Transparência Brasil (2024). Parlamentares têm verbas de gabinete e cotas que superam R$100.000 mensais (Congresso em Foco, 2024), protegendo interesses enquanto aprovam isenções fiscais para aliados. No setor privado, fortunas se formam em mercados concentrados. Os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa, Santander) controlavam 85% do mercado de crédito em 2023, com lucros de R$140 bilhões em 2024 (Banco Central). Spreads bancários, com juros de até 300% ao ano no cartão de crédito, enriquecem bilionários como os controladores do Itaú, com fortunas de R$60 bilhões (Forbes Brasil, 2025).
A Classe Baixa e Seus Benefícios
Falar das classes mais pobres no Brasil é um tema complicado, pois além de ser um tema complexo, ele é polêmico. Se por um lado existe uma grande massa de interesses querendo manter essas pessoas na base da sociedade, sem o devido acesso a educação, saúde e empregos dignos, em contra partida, muitas das pessoas dessa classe também não procuram pela melhora, sobrevivendo a vida inteira de bolsas e auxílios prestados pelo governo que muitas vezes usa disso como subterfúgio para angariar votos. Repito que nem toda a pessoa de classe baixa deseja se manter nesse estado, mas é cada vez mais normal nos deparamos com vídeos onde pessoas comemoram o fato de serem totalmente bancadas pelo Estado, situação essa que é um escárnio para quem tem que acordar cedo para pagar essa conta. A título de conhecimento, o Bolsa Família atende 21 milhões de famílias, com orçamento de R$180 bilhões e benefício médio de R$700 por família (Ministério da Cidadania, 2025). Fraudes corroem a credibilidade: a Controladoria-Geral da União (2024) cancelou 4,1 milhões de benefícios irregulares (Bolsa Família e BPC) entre 2023 e 2024, devido a cadastros indevidos. Em 2024, 42 milhões de trabalhadores tinham carteira assinada (IBGE), contra 56 milhões de beneficiários de auxílios (Ministério da Cidadania, 2025). No Nordeste, 94% das famílias recebem benefícios, superando o número de empregados CLT em estados como Maranhão, perpetuando a dependência.
A Classe Média: Esmagada pelos Impostos
A classe média, 30% da população (IBGE, 2023), sustenta o sistema com uma carga tributária de 33% do PIB (OCDE, 2024). Um trabalhador com renda de R$5.000 perde 30% em impostos diretos e indiretos, financiando auxílios e privilégios, sem acesso a nenhum dos dois, mas não apenas isso, também sem acesso a tudo aquilo que a alta carga de impostos prometeria fazer. Sem escolas com qualidade mínima, um sistema de saúde onde pessoas morrem em filas para exames, uma infraestrutura pífia e entre outras más sortes de possibilidades, a única solução para uma melhor qualidade de vida é pagar outra vez por tudo aquilo que o estado já nos cobra.
Também não podemos eximir a parcela da culpa da classe média, o qual esta usa muito mal as ferramentas de mudança social as quais tem disponibilidade. Escolhendo sempre os piores representantes possíveis, tanto a direita, quanto a esquerda, não cobram seus representantes e não mudam seus votos, sempre girando nessa espiral de desgraça e decadência.
Existe um Caminho para Fora do Poço?
Como tudo no Brasil, a solução é extremamente complicada. Por ter várias camadas de problemas sobrepostos, fica difícil de enxergar uma luz no fim do túnel. Existem várias iniciativas para tentar reverter essa situação, um exemplo disso é a PEC Anti-Privilégios, proposta pelo deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP), que busca limitar regalias como “penduricalhos” de juízes e promotores, reformar emendas parlamentares e revisar benefícios previdenciários, incluindo zerar o ganho real do BPC até 2031 e reduzir o abono salarial de 2 para 1 salário mínimo (Gazeta do Povo, 2024). Apresentada como contraproposta ao pacote fiscal do governo Lula, a PEC também propõe zerar o aumento real do salário mínimo até 2031, visando equilíbrio fiscal, mas enfrenta críticas por cortar benefícios de vulneráveis. Uma coisa é certa, para mudarmos a situação atual do país, precisamos mais do que discursos e reclamações, precisamos fazer a nossa parte.