Desaprovação ao Governo Lula atinge 56% e cresce entre mulheres, jovens e população economicamente ativa
A mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (2), revela que a desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atingiu 56% — o maior índice desde o início do terceiro mandato. A aprovação caiu para 41%, uma redução de seis pontos percentuais desde janeiro. O levantamento, realizado entre os dias 27 e 31 de março com 2.004 entrevistados, possui margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%.
A rejeição aumentou em todos os recortes analisados, com destaque para mulheres (53% de desaprovação), jovens de 16 a 34 anos (64%) e moradores das regiões Sul (64%) e Sudeste (60%). Entre os homens, a rejeição chega a 59%. O único grupo em que a aprovação ainda supera a desaprovação é o dos idosos com 60 anos ou mais (50% aprovam, 46% desaprovam). No Nordeste, tradicional reduto do petismo, a aprovação caiu para 52% e se aproxima da desaprovação (46%), demonstrando desgaste até em bases históricas de apoio.
Religiosamente, a base evangélica apresenta forte rejeição: 67% desaprovam a atual gestão, contra apenas 29% que aprovam. Já entre os católicos, há um empate técnico: 49% aprovam e 49% desaprovam. A comparação com governos anteriores também impacta a imagem de Lula: 53% acreditam que o atual mandato é pior que os anteriores do próprio petista (2003–2010), e 43% consideram que está abaixo da gestão de Jair Bolsonaro — um índice inédito na série histórica da Quaest.
Desempenho econômico amplia desgaste entre população economicamente ativa
A pesquisa também indica que o maior índice de rejeição está concentrado entre a população economicamente ativa, ou seja, aquela que está inserida no mercado de trabalho ou à procura de emprego. Este dado reforça a percepção de que o mau desempenho econômico do país tem influenciado diretamente a avaliação negativa do governo. Fatores como a inflação persistente — especialmente no preço dos alimentos —, o alto custo do crédito e o impacto limitado de medidas como o aumento do salário mínimo e a liberação de benefícios sociais são apontados como causas centrais do descontentamento.
Segundo integrantes do governo, em que pese as ações do governo, como a isenção de impostos sobre itens da cesta básica e o aumento da isenção do Imposto de Renda, os efeitos não têm sido sentidos de forma concreta pela população. A insatisfação generalizada entre trabalhadores e consumidores aponta para uma urgência na reorientação das políticas públicas econômicas, sob o risco de um aprofundamento da crise de imagem do governo nos próximos meses.