A recente decisão do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que aprovou a cassação do mandato de Glauber Braga (PSOL-RJ) por agredir e expulsar um cidadão das dependências da Casa, tem gerado diversos debates e divergências, tanto entre os parlamentares quanto nas redes sociais.
Com a evidência que o caso vem tomando, diversos políticos vêm se manifestando sobre o assunto, seja para apoiar a decisão do relator, Paulo Magalhães (PSD-BA), ou para se manifestar contra a decisão. Entre os contrários à cassação do mandato de Glauber Braga, duas importantes lideranças da dita “direita-bolsonarista” se posicionaram contra a perda do mandato do parlamentar do PSOL.
Um deles é o líder da bancada do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, que afirmou: “Acredito que uma punição de seis meses de suspensão, no caso de Glauber Braga, estaria de bom tamanho”, seguido de “Sempre disse que a Câmara errou ao cassar Daniel Silveira lá atrás. E, agora, acho que pode cometer o mesmo erro” — detalhe que o pedido de cassação de Daniel Silveira foi protocolado por Talíria Petrone (PSOL-RJ) e amplamente apoiado pela bancada do PSOL, partido de Glauber Braga.
Outro parlamentar que se posicionou contra a cassação de Glauber foi o senador Cleitinho (REP-MG). Em fala na tribuna do Senado, o mineiro declarou: “O que estão fazendo com Glauber é uma perseguição política”.Em seu discurso, Cleitinho comparou o caso de Glauber ao de Débora, que também tem repercutido nas redes sociais nos últimos dias
“A Débora errou, sujou um patrimônio público. O Glauber errou, agrediu um youtuber. Mas prender por 14 anos e aplicar multa de R$ 30 milhões [no caso de Débora]? Cassar o mandato [no caso de Glauber]? Isso é justo? Isso é democrático? O que eu defendo aqui é o princípio da justiça, e não a ideologia.”
Essas manifestações vão além de meras opiniões isoladas, elas evidenciam uma fragilidade estrutural da chamada “direita” brasileira em manter posições firmes diante de temas sensíveis. Quando o cenário político exige enfrentamento direto com figuras emblemáticas da esquerda, muitos parlamentares preferem recuar ou suavizar o tom — uma postura hesitante que contrasta com a atuação da esquerda, que quando lhe convém, defende suas pautas com contundência, sem medo das consequências ou receio de desagradar alas menos ideológicas do eleitorado.