Segundo uma reportagem publicada pelo jornal norte-americano “Wall Street Journal “, o grupo terrorista Hamas está atravessando uma das piores crises financeiras e estruturais de sua história. Responsável pelo controle da Faixa de Gaza, o grupo extremista tem enfrentado sérias dificuldades para manter suas operações, como consequência direta da intensificação da ofensiva militar israelense, iniciada em outubro de 2023, e do esgotamento de suas principais fontes de financiamento.
Segundo fontes do mundo árabe, o Hamas perdeu acesso a centenas de milhões de dólares que costumava obter de aliados como o Catar e de arrecadações vindas da Turquia e de países muçulmanos. Esses recursos eram fundamentais para sustentar tanto a máquina administrativa quanto a estrutura militar do grupo, viabilizando desde o pagamento de salários até a manutenção de arsenais e túneis subterrâneos. A ofensiva de 7 de outubro de 2023, que marcou o início da guerra atual com Israel, teria desencadeado um corte substancial nessas fontes de receita, que hoje, parecem estar se esgotando.
O colapso financeiro veio acompanhado de sérias perdas operacionais. A destruição sistemática dos túneis subterrâneos, que durante anos serviram como rotas logísticas, esconderijos estratégicos e corredores para o contrabando de armas comprometeu de forma significativa a capacidade do Hamas de movimentar combatentes e suprimentos dentro da Faixa de Gaza. Além disso, a eliminação de altos comandantes por ataques aéreos israelenses resultou em uma quebra na cadeia de comando do grupo, o que dificulta a coordenação de operações militares e o controle sobre facções locais.
Outro fator que agravou a situação foi a redução no repasse de salários a combatentes e servidores públicos. De acordo com fontes citadas na reportagem, muitos membros do Hamas deixaram de receber remuneração regular, o que gerou insatisfação e instabilidade entre os próprios integrantes da organização.
Outro ponto crítico é a interrupção quase total do fluxo de bens e ajuda humanitária para Gaza. Com o bloqueio intensificado por Israel, o Hamas deixou de arrecadar recursos por meio de taxas cobradas sobre a entrada de mercadorias, uma de suas principais formas de financiamento nos últimos anos. Sem esse mecanismo, o grupo perde não apenas receita, mas também a capacidade de controlar e distribuir bens à população, um fator que era fundamental para manter apoio popular em meio ao cerco.
O quadro traçado pela reportagem do “Wall Street Journal” sugere que o Hamas vive um momento de fragilidade sem precedentes, com efeitos diretos em sua influência sobre Gaza. Embora o grupo ainda mantenha presença na região, sua capacidade de resistir à ofensiva israelense e manter a governabilidade está cada vez mais comprometida.