O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre a necessidade de uma prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão foi tomada após a análise de uma notícia-crime protocolada contra Bolsonaro, que está sendo investigado por sua participação em atos que poderiam comprometer a ordem pública e o processo judicial. O ministro solicita à PGR um parecer sobre a pertinência da prisão de Bolsonaro com base em dois fatores principais: a necessidade de garantir a ordem pública e de assegurar a continuidade da instrução processual.
A prisão preventiva, que não tem prazo determinado, pode ser decretada antes do julgamento do réu, e sua justificativa está diretamente ligada à proteção do processo e à prevenção de novos crimes. Moraes está avaliando se Bolsonaro, ao convocar atos em defesa da anistia aos responsáveis pelos eventos de 8 de janeiro, teria incitado crimes contra as instituições democráticas, além de obstruir a Justiça e coagir o andamento do processo judicial. Tais acusações levantam a possibilidade de uma medida cautelar, como a prisão, para evitar novos danos.

Além disso, o ministro solicita à PGR uma análise sobre a necessidade de medidas restritivas para prevenir futuras ações de Bolsonaro que possam incitar a desordem ou ameaçar a democracia. Essas medidas seriam aplicáveis até que o caso seja julgado pela Primeira Turma do STF, o que depende da avaliação da Procuradoria.
A solicitação de Moraes à PGR segue um encaminhamento formal realizado no dia 19 de março pela Secretaria Judiciária do STF, mas até o momento, a Procuradoria não apresentou um parecer sobre o caso. A decisão final dependerá da análise da PGR sobre os possíveis crimes cometidos por Bolsonaro e as consequências jurídicas de sua atuação após o fim do mandato.