Em um cenário global abalado pelas tarifas impostas pelo governo de Donald Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou à Ásia, destino de sua primeira viagem internacional de longa distância após complicações do acidente doméstico ocorrido em outubro. O “detalhado” plano de Lula envolve tentar fortalecer laços comerciais e diplomáticos em meio a uma crise econômica interna e pressões políticas crescentes.
A viagem de Lula ocorre em um momento delicado internamente, com queda na popularidade e aumento da inflação, além de pressões políticas internas. Na comitiva, estão presentes mais de dez ministros e os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Diogo Alcolumbre (União Brasil-AP), além dos parlamentares Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lira (PP-AL). Os gastos da viagem ainda não foram divulgados até o momento dessa matéria em 24/03/2025.
Paralelamente, a primeira-dama Janja da Silva já estava no Japão há uma semana. Durante seu tempo no país asiático, Janja participou de eventos paralelos, enquanto o janjômetro já registrou mais de R$ 117.118.123,95 em gastos da primeira-dama (dados do dia 24/03/2025 às 9h). Analistas destacam que além do Japão, o presidente viajará ao Vietnã na quinta-feira, 27. Tal movimento tem como objetivo tentar ampliar as relações comerciais e diplomáticas entre os dois países.
Durante sua escalada na Ásia, o Brasil busca fortalecer relações comerciais com o Japão, que já é um parceiro de longa data, e o Vietnã, um parceiro mais recente. A viagem faz parte de uma estratégia ampla do governo brasileiro para diversificar suas relações internacionais. Os especialistas concordam que a aproximação do Brasil com esses países vai além das duas maiores potências mundiais, China e Estados Unidos, em um momento de instabilidade global.
O presidente desembarcou em Tóquio na manhã desta segunda-feira, 24/3, no horário local de Tóquio, e noite de domingo no Brasil. Os principais itens na pauta de comércio incluem o pleito de longa data para a liberação da compra de carne bovina e suína pelo Japão e o avanço nas discussões de um acordo entre Mercosul e Japão. Os assessores admitem que grandes avanços não são esperados durante essa viagem, mas reafirmam que a visita representa um impulso político para a relação entre os dois países.
Durante a estadia, Lula será recebido com honras especiais, incluindo um banquete no pátio do Palácio Imperial oferecido pelo Imperador Naruhito e a Imperatriz Masako. Além de se encontrar com a família imperial, o presidente terá reuniões com o primeiro-ministro Shigeru Ishiba, participará do Fórum Empresarial Brasil-Japão e discutirá acordos comerciais e diplomáticos. Prevê-se a assinatura de cerca de 80 atos entre os países, cobrindo áreas como recuperação de pastagens, ciência e tecnologia, e combustíveis sustentáveis.
Na quinta-feira, 27/3, a comitiva partirá para Hanói, capital do Vietnã. Lá, Lula se encontrará com o primeiro-ministro Pham Minh Chinh e o presidente Vo Van Thong. Aventura-vendedora do governo destaca que essa viagem reforça a relevância das alianças com países democráticos para equilibrar a geopolítica global. O retorno ao Brasil está agendado para o domingo, 29/3.
Alguns especialistas em relações internacionais destacam que a visita de Lula à Ásia reflete uma estratégia maior do Brasil para equilibrar suas relações comerciais. Concorda-se que a política externa brasileira está ciente da importância crescente da Ásia no cenário global. Fortalecer alianças com esses países, junto à China, é essencial para fomentar o desenvolvimento econômico sem depender exclusivamente dos Estados Unidos e da China.
Entre os produtos brasileiros exportados estão minério de ferro, carne de frango e soja em grãos. Do Japão, o Brasil importa produtos industrializados e de alto valor agregado, como máquinas e automóveis. As exportações brasileiras para a Ásia no ano de 2024 somaram US$ 144 bilhões, representando 42,8% do total das vendas externas do Brasil.
Neste contexto, as expectativas em relação ao avanço nas negociações comerciais podem ser limitadas, mas a visita de Lula ao Japão sinaliza um movimento estratégico para intensificar laços diplomáticos. Analistas indicam que, embora a liberação da importação de carne brasileira possa não ocorrer agora, o país deve manter a pressão diplomática, dado o potencial benefício para o setor agropecuário nacional.
Distrito especial de Tóquio é reservado para vários encontros diplomáticos. Espera-se a formalização de acordos bilaterais. Outro aspecto crucial é a agilidade potencial na participação de Lula durante a viagem em debates econômicos estratégicos. Finalmente, a viagem é vista como uma oportunidade de revista aos relacionamentos comerciais e mostrar a colaboração entre as nações atualmente desafiadas.